16 de março de 2011

Fios de Histórias IV

A vida acontece no singular

Certo dia, Pedro fora tomado de vários questionamentos acerca de basicamente tudo que já tivesse ouvido. Acerca disso tudo, angustiadamente, sentou-se e tentou pensar.
As idéias pareciam voar dentro de sua cabeça. Era difícil manter-se fiel a uma única coisa, a um único caminho a seguir. Seria mais fácil, desejou ele, chegar naqueles ditos sábios do tempo; senhores da “razão”. Já que um jovem, quando pensa muito, é por hora chamado de tolo e um senhor de seus lá sessenta e poucos anos, de mestre da vida.
E foi exatamente o contrário que Pedro fez; não procurou ninguém. Acalentava em seu coração a vontade de descobrir e assim, não menosprezava sua capacidade de ser gente. Talvez, ignorar o que as outras pessoas dissessem, o tornaria de fato vivo. E de fato é assim. As verdades dos outros, são boas para elas e muitas vezes fatídicas para a construção pessoal dos outros. A experiência de cada um, só nos cabe sob o efeito de demonstração de vida, mas não nos pode em momento algum, privar que cada ser pensante ou não, tenha uma vida de escolhas e vidas próprias. Sem a doce ilusão de que se foi bom para mim, também será bom para você. É o grande engano da humanidade de julgar tudo pelo preconceito de ter medo de deixar o outro partir.
O mundo de Pedro, era particularidade sua. Mesmo que dividisse no espaço um lugar com outros corpos, seu lado subversivo era particular, não cabendo a ninguém, dizer-lhe o que é certo e errado. Não se pode querer comprar as descobertas dos outros. Não se doa bagatelas de afetos em troca de ter para si, o perfume particular que as angústias e as satisfações alheias produz.
O jovem, ainda sentado, decidiu que viveria a vida. Assim como lhe era de direito. Não se reservaria das novidades de um novo lugar; menos ainda menosprezaria a sensação estonteante de uma forte bebida quando lhe fosse ofertada. Deixaria morrer para si, as suas mortes. Aprisionaria os seus medos em si, pois é processo natural do homem sentir medo. Choraria, requerendo o direito de ser quem ele quisesse, e mais ainda, sonharia com um mundo fantástico, sem a preocupação de chamado de utópico ou ingênuo.
Chegou a hora em que ele resolveu balancear seus valores, seus planos e seus argumentos. Estava na hora, mais que na hora dele sentir de uma vez por toda a sensação da liberdade. Não era porque dependia de certa forma de algumas pessoas ou coisas, que deveria aceitar a o excesso de “mau” cuidado que haviam tendo com ele.
Pedro saiu pelo mundo, mesmo permanecendo sentado, estático no mesmo lugarzinho que a vida lhe reservou chamar de céu. Sim! Se céu é uma coisa boa, é um lugar que liberta e garante o direito das pessoas de serem livres e com isso, esse jovem de pensamentos frouxos, definiu sua vida pelo que sentia de verdade e não mais pelos aforismos alheios. A vida dele é particularidade sua, e quem não tem medo, que vida seus lados travessos, sem o medo julgativo dos outros.
A vida proporciona singularidades. Cabe a nós, torná-las plural em nós mesmos.

2 comentários:

kkkarla disse...

cabe a nós torna-la plural! o/

é isso aí, nossas escolhas mudam o rumo das coisas,o livre arbítrio nos traz a devida parcela de responsabilidade pelo que acontece conosco!


http://ouricouricado.wordpress.com/

Leonardo Dominiscki disse...

Achei muito foda o background da Aline.