15 de novembro de 2011

Fluxo reverso

As gentes

“Conheci quem desenhar, fazia bem, porém sempre se escondeu. Dei de topo com aquela que sabia cantar, mas fugia e desaparecia, com medo de ter que perder o pudor. Fui conhecendo, vendo, apresentando-me a todo tipo de gente, que não sábia ser quem queria ser, mas o que jogavam sobre cima delas. Eu aprendi a escrever e por falta de complacência; por toda a falta de pena, eu resolvi ficar calado, sentado, sem me mover. Já estava na merda; melhor não me mover e uma hora dessas alguém vem me salvar…”

Cumplicidade

“Quando você chora, todos dizem: não fica assim que passa. Quando estamos com dor, nos oferecem remédios, mas nunca um colo… Falta aquela bendita cumplicidade. Anda faltando gestos, compreensões… Anda faltando a filha-da-puta mão amiga que a tempos não anda aparecendo para nos apoiar e não falar para parar de chorar, mas para tirar aquele lencinho e enxugar depois que a maquiagem esteja toda borrada!”

Decadência

“Cai; era o efeito de toda a mesma droga social de sempre. Era a culpa dele. Culpa dela e daqueles. Responsabilidade dos outros e quase nenhuma minha a não ser por ainda tentar acreditar que todos lá fora sorri de verdade; ama de verdade; acredita de verdade… Culpa é de toda mentira contada e proferida. Minha e sua. Nossa. Culpa de minha existência. E responsabilidade de sua existência.”

Os outros

“A culpa é dos outros. São eles e elas as coisas mais obsoletas. Por que me condenar se é mais fácil ver a verdade que é as pessoas; sempre dentro de seus egocentrismos baratos, sujos e mesquinhos…”

Qualquer

"Voltei aos velhos hábitos, com ele, os velhos cigarros, os velhos amigos e as velhas coisas. Nada de novidade. Nem novo amor e nem nova boca; pele; corpo… Nada tão diferente e tudo tão igual de tal modo que percebi como sou esquisita e sem novidade. Tão cheia de resquícios de um passado qualquer; de uma monotonia qualquer e de sentimento qualquer. Uma hora dessa eu sei que vou morrer e essa morte também vai parecer qualquer coisa de uma pessoa qualquer, como sou, uma vadiazinha qualquer!"

Amorzinho

"Cada coisa, meu Deus de uma vez. Não, eu não sei lidar com tanto. É muito para que eu aguente de uma vez. Mereço por um acaso tudo assim, sem medida, depressa e em exagero? As coisas boas da vida não mé dá não é? Eu só queria um amorzinho e o que ganhei foram arranhões dentro do peito. Não sei lidar com os empurrões que a vida me dá; desse jeito, caio precipício abaixo e me arranho e me sangro todinho (e morro) e quem vai me tirar de lá? Calma, eu só quero um pouco de paz ou quem sabe, o esquecimento de mim, como sempre acontecia; deixado num cantinho sem graça e repleto de vazio e de mim…"

5 comentários:

Blog UaiMeu! disse...

Acho que é necessário a paciência em determinadas fases da nossa vida...

Renata

Anônimo disse...

Interessante o seu blog. Seguindo.

Um curioso pensar.

Anônimo disse...

Criativo.

Seguindo o seu blog.

Jajá disse...

minha paciência é quase infinita...

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Victor Cesário disse...

belo blog! seguindo!
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