4 de janeiro de 2012

Tudo porque crescemos

Todo dia, acordar cedo. Tendo ou não o que fazer; trabalhar, estudar, limpar a casa e tudo aquilo que o homem precisa fazer, para atestar que está vivo. Crescemos e assumimos responsabilidades e nos tornamos longe de nossas purezas, inocências, pois simplesmente, isso não é mais enxergado, encarado como também, parte nossa. Temos nos tornado cada vez mais adultos e deixamos de lado, nossa criancice, ou o que chamaria os poetas, cronistas e juventude transviada, de porra-louquice.

Temos vinte e quatro horas por dia para satisfazer um ego, um ser, uma vida de gente grande. Parece que não podemos mais brincar com a vida. É isso: a vida passa a ter denotação séria e qualquer sonho pode nos tornar patéticos, pois simplesmente, não temos mais direito de imaginar, pintar o sete. Estamos nos tornando branco e preto, com escalas cinza e cheias de tempestades, hora ou outra cheia de trovoadas, mas sem nunca encontrar o sol, o cheio de mato, a consistência do barro.

Seremos aplaudidos pelo que fizemos e não teremos um abraço amigo caso não fizermos certo alguma coisa na vida. Tudo virou comércio e só temos direito a um sorriso, se fizermos por merecer. Adultos acham desnecessários os sorrisos, os aplausos, a admiração por alguma coisa que não lhe é dedicada.

Nossa delicadeza é vista como que se não tivéssemos aprendido a crescer. Lotar consultórios terapêuticos é a única saída para mim, você e eles que sonham demais, esperamos demais... Passamos a faze que imaginação era necessária, agora temos que engolir os contratos, as contas, os desaforos. Sem o colo de mão no final do dia, nos contentamos com a dor de cabeça quase que diária em cima de um travesseiro. Salvo a quem se casar, poderá dividir o dia com um marido ou sua esposa, mas sem esperar por muitas palavras doces, pois tudo é tratado cientifico. Não temos mais o conto ao terminar a noite e a luz só se apaga se levantarmos da cama. Se o cobertor cair, passamos frio se não esticarmos os braços para fora da cama. É que agora, tomamos o habito de trancar as portas.

Brincar está proibido. Deixamos os filhos na escola, mal tomamos um café decente, encaramos o mundo, senão ele nos derruba. Antes, ao cair, alguém ria e a gente chorava de vergonha. Agora, cair é sentença. Somos obrigados a mantermos de pé, mesmo quando o chão nos é a única saída, senão, pisarão em cima de nós e tudo que conquistamos. Lembra? Tudo virou comercio. Estamos nos vendendo aos poucos, porque antes a gente se trocava, mas ao terminar o dia, éramos devolvidos a nós. Hoje somos dados sem receber nada em troca. Reservaram-nos os momentos das trocas, mas nunca mais somos devolvidos e a gente se perde e é esquecido num estoque qualquer; num escritório qualquer; atrás de um balcão qualquer...

Como diria Martha Medeiros: “Todo resto é tudo que ninguém aplaude e ninguém vaia, porque ninguém vê.” E assim, vamos vivendo, o que era para ser cada coisa de uma vez trocou e passou a viver tudo de uma só vez, engolindo a força nos estranhezas e calando a boca, se é que temos um pouco de sanidade. Tudo porque crescemos.

5 comentários:

Kika disse...

Oláaa. Bom dia.
Adooooooorei seu blog e já estou seguindo-o.
Bem parecido com um tumblr.
Adoro coisas simples e o seu está exatamente como eu gosto.

Convido-te para visitar meu blog.

Tenha um ´ótimo dia.

Eu seu Lar

Estações de Novembro disse...

E se crescemos, grande és as responsabilidades. Tais que nos prende neste mundo somente a tarefas. Cogito algumas vezes, a criança interior padeceu, ou está apenas escondida a mente, que por hora, reprimiu-se diante ao mundo grande. Gostei de como escreve, de como envolve-se.

Alexandre Rodrigues disse...

A vida é feita através destas pequenas ações diárias!! Ótimo texto!!

Unknown disse...

é a vida e nada mais palavras frases atitudes acordar cedo ou não tudo faz parte dessa bagaça.

Aya disse...

Estou te seguindo.
Muito bom seu blog,vc escreve muito bem.Prabéns

http://ayamacarius.blogspot.com/