23 de fevereiro de 2012

Uma nota sobre uma traição

Ouvindo insistentemente a canção Criminal (da Britney Spears) e percebendo que por trás desse ser humano de carne, bate um coração mais carnal e machucado. Começo a acreditar que coração que não apanha, não sabe valorizar o que conquistou: em uma noite que se passou, onde – um – outro alguém resolveu dar o ar das caras. A outra pessoa no caso não é o seu namorado de meses, quase ano. Traduzindo que o outro nas melhores das hipóteses vai te levar a sucumbir no pecado da carne e trair alguém.

Dezenove anos, magro, moreno. Ele chega como quem não parece querer muita coisa e eu fico sem graça e diante a intimidação começo a falar sem parar e ele só escuta. Bate aquele medo de falar alguma merda e que ele vá embora correndo, mas ele não vai. Os dois entram na ponta do pé dentro do quarto do namoradinho fiel e se aproximam, se beijam, se amam. Pelo menos é o que fico a questionar: foi amor ou apenas uma transa.

Quando a gente embarca nesse mundo de traição corre o risco de por tudo a perder. Mas a gente não está ligando para isso. O que importa é o momento. Daí você ainda não sabe muito o que vai acontecer e de repente percebe que vai ter que ceder e não vendo outra saída, se entrega e de verdade ama com amor único aquele momento. Repito que ainda estamos correndo risco de perder. O que? Naquele exato momento você não sabe muito bem. E se envolver? Será que pode? Rola ou não rola de um novo encontro? Ninguém pergunta, nesse caso, ninguém responde. Fica o silencio e os beijos num colchão suado, gozado e marcado pelos corpos em contato. Se beijam, olham as horas e o anfitrião meio sem graça perde a oportunidade de poder acordar do lado do “amante” e não se opõe a sua partida, mesmo gritando por dentro que fique.

No outro dia a gente acorda e percebe que foi consumado. Rolou traição e que muitos outros questionamentos vieram à cabeça e o que mais vale salientar é: será que foi bom? Ele gostou? Vai querer de novo? – Para um foi muito bom e repetir seria uma mera conseqüência de ajustes. Daí o cara ainda continua a pensar no que se foi, mas com os dias passando, vai aumentando a força do pensamento até chegar o dia que ele não vê o celular tocar pela madrugada e num sono intenso após uma boa noite de bebidas e outras tantas pessoas, sonha com aquele que não saia mais dos pensamentos. Olho no celular e vejo a hora que o sujeito ligou e noto que foi basicamente na hora que eu sonhava com ele. Tento acreditar no cosmos nos fazendo encontrar, mesmo que em pensamento. Percebo que pareço estar me envolvendo demais, mas as respostas são curtas, diretas e aquela interminável interrogação na cabeça, o desejo de poder reencontrar, conversar e talvez repetir, repetir e repetir. Os sentimentos estão borbulhando entre o caos, o abismo, a sanidade e a falta de certezas e respostas. O outro vai dormir e se esquecendo daquela noite e eu fico aqui, entre os meus pensamentos tentando redigir, reencontrar no pequeno espaço de minha memória, tudo aquilo que foi bom, desejando que um dia volte – logo!

Kleberson M.

2 comentários:

Unknown disse...

Bom, traição é uma coisa sempre complicada pra ser tratada...
Emoção ou razão? Amor ou perdão?!

Lillian Cruz disse...

Achei muito bom o texto! Na verdade, gostei de outros textos daqui também, acho que você está de parabéns, consegue expor seus sentimentos de uma forma muito clara.
Vou favoritar e seguir o blog para nunca perder de vista, rsrs.
Bjos