13 de fevereiro de 2011

Desembaraçando raízes

Romper com os vínculos fraternos. É o que propõe a cada mero mortal. Não dá para se manter atado por muito tempo a barra dos afetos distintivos oferecido pelo ócio das familiaridades.
Discordo dos pretensiosos que sempre alegam voltar as raízes. Acredito que saber de onde veio é importante, mas querer inovar é fundamental para quem quer manter-se vivo.
Não dá para querer continuar os planos de outrém. A vida acontece para cada um de maneira diferente.
Não temos que ser reflexo de ninguém, menos ainda querer ser imagem e semelhança. Sou do tipo de cara careta que quer fugir de laços familiares. Egocentrismo a parte, apenas vejo que os passos a serem trilhados são diferentes, ou então sua vida igual a tudo que se vê.
Fujo da singularidade, quebro a regra do jogo quanto diz respeito a sensibilidade do casulo ao qual estou submetido.
Fincar raízes, é coisa tola que todo mundo diz quando se percebe uma certa arrogância. De fato, criamos posturas semelhantes com aqueles que nos alimentaram, mas nunca somos iguais.
Pessoas que teimam em querer continuar um caráter que não é o seu de fato, denota falta de personalidade e muita incoerência ao fator natural quanto diz respeito ao ser que se supera.
Portanto, como são feitas em certas orações exorcistas por ai, eu também quero romper, mas com toda a influência familiar sobre minha vida. Que eu não esqueça de onde vim, mas que eu possa ser diferente, pois se permanecermos iguais por todas as gerações, seremos marionetes de um sistema familiar falido.

Um comentário:

Thiago Casali disse...

A vida é como o rio que passa... Não podemos segurar nossas águas em um mesmo ambiente, em um mesmo local com as mesmas pessoas e amizades... Ser como o rio que passa é desviar das barreiras que a vida nos impõe, se deliciar nas cachoeiras do caminho e se esforçar para subir os morros e descansar no vale, mas sem parar, sempre em busca de algo maior. Ser como o rio que busca o mar sem parar e sem cessar por comodidades alheias, sem se acomodar com o que incomoda. É seguir o caminho aproveitando cada passo, sem se esquecer da nascente, mas com os olhos voltados para a imensidão do horizonte! Ótimo texto!