27 de agosto de 2011

Retrocesso

Recolhi-me a velha forma de observar e adentrar as coisas. Talvez as coisas não sejam mais de fato como antes, mas ainda assim vou seguindo o modo tradicional de entender e viver as coisas. Pode ser que a novidade chegue antes de mim e que o esquecimento tome o posto de minhas loucuras. Não ligo! Não temo a solidão. Estou aprendendo a ser só, nesse terreno chamado espaço.

Se puderem me notar, não quero que venham atrás de mim com os insultos de que estou atrasado. Que o retrocesso já não tem mais sua vez e que as coisas se inovaram. Não quero. Não estou aberto às grandes possibilidades. Estou satisfeito da maneira que estou e desse modo quero permanecer.

Diga-me: pra que? Por que eu abandonaria o velho, deixando partir o que por muito tempo serviu para alguma coisa, por essas tantas novidades, que dia-a-dia vai se perdendo e vai dando entrada para as coisas mais atualizadas que elas e assim por diante...? O velho me satisfaz, pois ele não precisa ceder a nada e a ninguém e mesmo assim vai sobrevivendo , encontrando no tempo, razão para não desistir e nem pedir nada a ninguém.

O grande mal nas coisas novas está exatamente dela não permanecer como realmente quer, tendo que dar abertura a novas oportunidades e tudo vai se frustrando e não caminha mais, caí de encontro ao esquecimento. Já o velho, vai permanecendo, pois fincou raízes onde tinha que fincar e não espera por atestado de aprovação.

Diferente da novidade, não busca o prestigio; está bem do jeito que está e eu, melhor ainda com a maneira antiga de olhar as coisas. A vida progride, mas o seu perfume é velho e exala o melhor aroma. Assim também eu fico com a saudade, coisa velha que um dia fui guardando para chegar à minha verdadeira humanidade e poder dizer a quem quiser ouvir: vivi!

7 comentários:

Anônimo disse...

Concordo que as coisas velhas são mais verdadeiras mas... mas se não abrirmos espaço para algo novo - sem esquecer dos nossos princípios - estaríamos parados no tempo.

E o tempo passa toda hora. Não ia querer observar ele passando, eu quero passar também... Mas sem esquecer de mim.

Anônimo disse...

Claro que as coisas que duram a mais tempo são verdadeiras mas sempre temos que abrir novos caminhos..

O tempo passa e tu não deve ficar parado!
http://lollyoliver.wordpress.com/

Mosaicos de uma vida disse...

Para que mudar o que está bom, não é verdade?! Porém, como saber se o novo é bom ou ruim sem provar?
Texto forte para uma reflexão.

Rejan disse...

Impressionante a forma em que voce relata os posts.
Estou aprendendo a ser só nesse mundo que chama espaço, sem duvidas... isso foi deemais!

http://hell-boyy.blogspot.com/

Vinícius disse...

A Solidão e seus amigos, me deixam só, mas existe algo que me acompanha, e quer te acompanhar também Deus.

Mari Fagundes disse...

Me identifiquei, tbm estou aprendendo a ser só.

Unknown disse...

Sempre haverá a dualidade entre o que se foi e o que se pode ser... Tanto o passado quanto o futuro tem seus encantos. Cabe a cada um observar, perceber e escolher o que é melhor para si... Gosto de imaginar que no fundo eu, por exemplo, tenho um espírito vintage!

;D