27 de abril de 2012

Não dorme

Dorme, eu dizia
Dorme, ele me dizia
E os dois não dormiam
Eles se acendiam.

Sobre o teto
A escuridão
Sob a noite
O menino, homem.

Repetia seu nome
A chamar Pedro, José
Ele falava baixinho
Não, não é.

Eu dizia, qual é
Então me digas
Como devo te chamar
E ele dizia, seu, apenas seu.

Mas seu não é nome
E seu você não é
Nem meu, nem de ninguém
E seu, ele falava.

Mario, Silvio, Mané
Que nome teria
Ele dizia, me chame como quiser
Até Eduardo se puder.

Então aquela noite
José não era Mario
E Caio não era Dedé
Eduardo, faça comigo, o que puder.

E na noite da dos eloquentes
Cintilou a claraboia
Sem beijo de boa noite
Apenas toques de um para sempre.

Foi assim, que numa noite qualquer, desmoralizaram o verbo amar, simplesmente amando!

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