28 de agosto de 2012

Quando alguma coisa se mistura temos o que chamamos de amor

Da série: vídeoclipes que não tem muito a ver com a letra da canção em si, eis que me encontro a beira, melhor, a margem de uma loucura que darei o nome de fase da vaca louca.

Vejo e revejo e tento revirar o clip da música 'Pot Belly' do conjunto Freshlyground, tentando achar coerência entre uma coisa e outra, mas não encontro, porém deixe assim estar. Como não sei nada de inglês a não ser algumas poucas palavras aprendidas e engolidas na fase educacional, prefiro meditar o clip em si, assim, posso dar a ele a tradução que eu quiser e sem pagar direitos autorais por isso. É bom quando alguma coisa consegue fazer isso com a gente. Talvez esse seja o cume da minha total falta de sono, pois antes de dormir, fui deitar com um texto a ser escrito sobre a coisa já citada, mas não o fiz no momento propício. Claro, perdi as belas palavras que vieram naquele instante, agora tento elucidar outras coisas, outras razões e emoções.

Quando perguntam sobre minha cor preferida, sempre digo que é o verde. Não sei, traz um tom mais masculino, mais esperançoso, mais nota escassa de um real. Porém o clipe usa muito do verde e do vermelho. Não sou muito chegado a cor vermelha, a não ser em títulos e outras marcações, o que no clipe me fez preferir essa cor do que a outra, a verde. Imagina morar numa casa toda verde, com cobertores e meias verdes; uma sala de sofá, mesa de centro e paredes verdes. Acho que eu não aguentaria. Já a casa do outro cidadão é toda trabalhada no vermelho, sei não, mas acho que vermelho demais é bem melhor que verde em demasia. Será que me enganei esse tempo todo e não seria o verde a minha cor preferida? Talvez sim, ou talvez não... Se bem que as coisas que gosto muito, aquelas das quais sou fã número um de carteirinha, eu não vejo, assisto, leio, escuto muito. Às vezes passo horas procurando qualquer outra coisa do que as que eu digo amar de verdade. Estou batendo à porta do 'movimento poser' ou é impressão minha? Tudo bem, a questão é o videoclipe.

Um sujeito do sexo masculino vive no seu mundo colorido em tons avermelhados, a menina em subjetivismo esverdeado e eu em um tom quase que sem cor definida. Um procura pelo outro, mandam presente... Ele recebe uma caixa com roupas verdes, claro, deve ser as fantasias mais íntimas da menina; ela por sua vez ganha flores vermelhas. Enquanto ele tenta combinar o presente com o fundo cenográfico, ela também engatinha para fazer o mesmo. O problema é que eles não conseguem, ou melhor, não se sentem bem com a possível mudança, devolvem-se os presentes. Coração partido? Que nada.

Quando se ama de verdade, não importa as mudanças que teremos que fazer, não é isso que dizem os poetas? Sei lá, amar é adulterar-se e assim fazem os mocinhos da história contada em quatro minutos e vinte e dois segundos... Não é cobrar, é fazer pensando no outro e assim eles fazem, ela que vive no mundo verde, muda tudo, pinta tudo de vermelho, quer ter o outro mais perto do que o fará lembrar que ele é e lindamente ele, sem saber das mudanças que ela fizera, faz o mesmo, e torna sua casa de verde, no final das contas, eles se completam pelo valor que dão um ao outro e o que importa mais que tudo é ver o sorriso estampado na cara e o amor saltitando para dentro da melhor casa que se pode cultivar, o coração...

Moral da história é que não a música, a letra em si não mexeu comigo, mas a cena produzida em vídeo me fez pensar até onde estamos dispostos a ir quando nos responsabilizamos em dizer 'te amo' por aí...


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