16 de outubro de 2012

Há três formas de amar



Nessa história, não existe donzela e nem rainha. Pode-se dizer que não tem príncipe, ou melhor, não é conto de fada nem História da Carochinha. Existem protagonistas, são pessoas, gente que podemos encontrar por aí, na vida real, na frente ou atrás de nós. Quem sabe no ponto de ônibus, na fila do cinema ou nos corredores do supermercado, mas nossa sociedade é pueril no quesito relacionamentos, ainda estamos à beira dos encontros conjugais onde um e um são dois e não três ou quatro... É crônica da vida, revisitada, instigada! São três, diria, “comum de três”! São os três mosqueteiros, salvo que uma seja ela, princesa do asfalto que traz em sua carruagem, dois príncipes das metáforas. E se existem! Que seja lindo e que seja belo, é amor, é prazer. Todos desejam, mas a coragem é pouca, mas eles ensaiam e vão para o ar, aparecem e o mundo ri, mas a nossa vista, isso choca.

Quem ínsita, não tem medo, dá a cara a bater. Bota mais água nesse feijão, pois ai vem mais um e se forma o triplo, a trindade contemporânea dos afetos, seus nomes, antes Dona Flor e seus Dois Maridos, mas é um passado se atualizando no tempo, agora é Suelen, Leandro e Roni. Poderia ser Rita, Osvaldo e Baltazar ou ainda João, Caetano e Chico. Por que não Sandra, Maria e Carolina? O mundo é de quem faz e não de quem apenas assiste. A vida é de cada um ou de mais um ou dois. O triângulo é mais bonito que o retângulo, onde sobra em cima e embaixo. O triângulo é mais bem feito que o quadrado, onde todos os lados são iguais. Triângulo pode ser retângulo, obtusângulo e acutângulo, porém continua-se triângulo, são três.

Do bem para o mal, existe o meio, o que equilibra. Yin e yang têm seus meios. Para tudo na vida, são três. Quatro já é orgia, sacanagem, não tem problema, mas não é triângulo.

Pensa lá em casa que alguém nunca estará sozinho e que na rua será o alvo da atenção. Isso existe em qualquer lugar, mas não sabemos. Para nossos olhos cheios de moralismos arcaicos, são amigos ou alguém é amante, mas oras: amante é quem ama, então, são três os amantes, vulgo Suelen, Roni e Leandro. Ela ama os dois, os dois amam os outros dois, cada um ama apaixonadamente o outro, o que embola e traz a tona à sensibilidade dos afetos e o saber de lidar bem com a interioridade do ser. Permitem-se, se expõem, se amam a tal ponto que moram juntos. Enquanto um lava as roupas o outro cozinha e o outro limpa a casa. Podem-se inverter os papeis e tudo se completa e se torna uma casa perfeita com casal perfeito. O importante não é o que os outros vão falar, afinal de contas, é entre quatro paredes que conhecemos os nossos piores monstros e é a chave fechada que podemos ser nós e nossos avessos. O amor, claro que pode ser duo, mas também pode ser trio. Mais que isso é somente prazer, é dor de cabeça. Três em uma mesma cama está de bom tamanho, existe para brincar as individualidades de cada um, com suas respectivas qualidades. Portanto, que sejam eles, os três, o exemplo de tudo aquilo que pode e do que não pode, mas que seja o amor, trino e profundo, que sejam quixotescos e contemporâneos, infinito, posto que é chama. Que seja flor e espinhos, mas que seja assim, sincero com os sentimentos num mundo onde se esconder e morrer com o véu, ainda impera e aí sim se mostra as doenças da humanidade que está em não aceitar as propostas da vida!


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