8 de outubro de 2012

Possesso



Que fique bem claro, gosto de atenção total. Nada dessa coisas meia boca que estão sempre nos oferecendo por ai, meio esmola, meio piedade, melhorando: Ou está comigo em todos os instantes (no momento presente) ou pode enfiar a viola no saco e sair de fininho, já vi muitos partir e não vai ser agora, a essa altura do campeonato que ficarei mendigando por atenção ou qualquer coisa do tipo. Quero o que me fizeste cativar, o que é por completo, meias coisas não me interessam.

Amigão, entenda de uma vez a minha pertubação e por isso, se me convidar para meio dedo de prosa, eu quero a fala inteira, totalmente, sem reservas. Portanto, não me venhas com desculpas esfarrapadas, se é meu é meu e eu não divido. Sou difícil numa rodinha, gosto de dar e receber a atenção devida. Quero que o resto vá para o espaço, gosto de um mais um e não um mais um monte.

Amor, eu não quero te prender num quarto. Longe de mim isso. Nem quero te amarrar sobre minha cama, claro, de vez em quando sinto essa vontade, afinal de contas, é bem complexo os meus sentimentos. No nosso caso conjugal  não estamos entre amigos, então, desligue essa merda de celular e pessoas desocupadas, parem de ficar nos mandando "sms". Isso é chato e perturbador demais. Aposto que sobre uma pilha de louça para se lavar ou um monte de roupas para lavar/pendurar/recolher/passar/guardar, mas se falta serviços domésticos, vá procurar alguém para se entrelaçar, deixe o casal em paz. Coisa mais chata esses desocupados que não satisfeitos com o nada que fazem, querem atordoar quem não deve não devia estar com o aparelho móvel na mão a responder por mensagens, mais uma vez, vai se ocupar, pois a atenção aqui é total, ou é oito ou oitenta. Deixemos o papo furado para o momento oportuno, do tipo, outro dia. Sou histérico a ponto de pedir isso, mas pensem comigo se fossem com vocês, seus idiotas invasores. Mensagem de texto é para outros momentos, agora, atole suas nádegas no sofá e nos esqueça, minha paz interior agradece.

Mundo, eu só quero o que me é de direito e atenção não custa nada, deixe o todo para lá, vem, vamos sentar numa mesa de um boteco qualquer e ser, o que assumimos ser, longe das faltas de atenção, mas se por ventura eu fingir que não estou escutando, entenda, fingir não é não estar. Finjo muito bem e surpreendo, mas pior é não prestar mesmo a atenção, afinal, quem faz surpresa quando não se sabe nem o que foi falado?

Nenhum comentário: