7 de outubro de 2012

Solta essa porra



Toda vez que olho nos seus olhos, sinto profundamente que tens algumas verdades escondidas e que você só vem, nos últimos tempos, ressaltando o que lhe convém. Eu vou fingindo de cego, mas saiba que eu vejo além do que pode me mostrar, estou bancando o surdo, porém escuto muito mais do que tem coragem de contar e me escondo detrás de uma máscara ignorante, para que você possa ser o que é, um tanto quanto infantil e mentiroso.

Vejo as suas buscas, do que e de quem tem corrido atrás, das suas insistências, de toda essa sua forma de dizer que não tem nada a ver e que não tem o porque eu pensar alguns tipos de fatos, mas eu não crio nada além do que suas atitudes projetam. Se esconde atrás de um cofre, como se quisesse esconder suas meias raspas e restos de todos, mas principalmente de mim, mas eu estou fingindo que sou legal para ver até que ponto aguento ser o verdadeiro otário dessa pornopopéia, mas se achas que o véu que cobre os seus segredos é imutável, se engana, pois todo vento levanta o pano e todas as suas confissões secretas, não tardam a aparecer, a serem gritadas pelos quatros cantos.

Então não se intimide em querer me adestrar, já estou bem manso. Aproveita o que a juventude lhe dá, pois um dia virá a vida adulta e aí vamos ver quem vai lembrar de quem e do que. Sei que simplesmente tentas, mas não me enganas. Quer, mas não consegue. Aprendi a ler no silêncio, todas as frases ocultas dos pensamentos, mas também sou aquele fuxiqueiro e que vai atrás das coisas e percebo que existem outras pessoas com quem se encontrar quando eu não estiver mais aqui. Só não me condenes pelas minhas certezas que são provas de atestados suas. Quem dissimula é você, mas sou eu quem fico dentro do quarto a te esperar por dias e noites sem fim e eu não me canso, já que tenho certeza do que sinto e do que posso fazer, enquanto você vai marcando esses encontros a escura, aliando-se com quem eu não sei quem são. Vai, solta logo essa porra. Libera o Id, como diria Freud. Pra que se prendar a uma pessoa que só lhe traz duvidas, infelicidades e dor de cabeça? Por quê bancar o romântico quando alguém ultrapassa a isso e se faz de vítima e te torna o vilão da história? Vai, viva sua vida a sua maneira e se um dia achar que pode ser sincero, eu estarei aqui, para as suas sinceridades.
E no final, não me venha dizer as suas velhas mentiras, de que não é como eu penso, afinal de contas, cada um sabe o pensamento que tem, a partir daquilo que te alimentam as ideias. Se queres me fazer de trouxa, aproveita bem, pois eu meu caro, fingirei que tudo está bem, o resto, a gente vê depois e vê quem é que precisa de quem.

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