20 de novembro de 2012

Outra notinha aleatória

Tem hora que eu pergunto: é mentira que o dia já começou não é? Só que não tenho respostas, a não ser um desanimo profundo, uma crise existencial talvez. Encontro-me à beira de mim mesmo, um caminho incerto, uma infelicidade inconstante, que vez em vez me dá uma agulhada de satisfação, mas muito de vez em quando mesmo. Motivos? Penso em alguns, mas prefiro não comentar, afinal de contas, estamos num tempo que nossa opinião é indireta, nosso lamento é falar mal...

Difícil às coisas não é? Tempos de chumbo grosso. Que vida mais sem graça, sem sal e açúcar. Que tédio, que monotonia, que tudo. Já posso desistir? Do que? Não me façam perguntas assim tão perturbadoras. Só quero um pouco mais de paz interior, de reconhecimento por parte daquilo que faço. Não quero aplausos e nem púlpitos, apenas desejo que minha parte na história seja restituída com a decência que todo ser humano merece. Um pouco mais de atenção, um pouco mais de sinceridade, um pouco mais de valorização.

A culpa é minha por essa incapacidade de sorrir mais que ficar emburrado, mas a culpa também é de todos vocês, seres humanos que fazem da minha vida, ou uma porção de inutilidade, ou de alguma coisa que não valha a pena ser reconhecida. Desculpe-me, quero sim reconhecimento diante tudo aquilo que faço, dos meus esforços. Quem não quer ser olhado de maneira diferente é filantrópico e eu nunca em minha vida disse que eu era isso. Não confundam meus afazeres com caridade, pois se eu assim quiser, o farei bem distante.

Se uns dias atrás escrevi sobre valor, hoje escrevo sobre valor mais uma vez: o texto é meu, a escrita é minha, a forma de dizer ao mundo alguma coisa diz respeito a mim e a mais ninguém: lê quem quer, senão, é só virar a página, rabiscar os rascunhos.

Hoje eu somente queria olhar no olho de cada ser humano que passa em minha vida e questionar. Desde as pontas dos dedos até o último fio de cabelo; gostaria de compreender uns dados e elencar entre os degraus dos méritos, a situação de cada um. Impossível. As pessoas nos enganam e esse é o problema, se colocamos um aqui e outro lá, o de cá nos faz mais mal do que aquele que colocamos bem afastados e depois, vice-e-versa e assim vai e ninguém percebe você ali, todo destruído.

Só mais uma coisa: hoje eu não estou pra ninguém. A não ser que sejam para aqueles que são verdadeiros amigos, verdadeiros amores, verdadeiros para si mesmo e acima de tudo, saiba dar um pouco mais de valor as pessoas, as coisas que elas fazem, enfim, que sejam mais humanos e menos escrotas, com mais sal e açúcar, ou apenas agridoce.

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