19 de novembro de 2012

Outra nota sobre valorização

Mundo pode parar um instante, por favor? Estou meio tonto, acho que já quero cantar pra subir - não, eu não quero morrer, só quero parar um pouco; organizar as coisas e afetos, colocar cada sentimento no lugar e posicionar bem as pessoas em minha vida. Anda tudo tão conturbado. Acho que tenho esse direito, portanto, pare ou eu faço um escândalo aqui mesmo, em palavras e frases.

Parece que estou por baixo. Com os amores, com as amizades, no que diz respeito às pessoas, as atividades, enfim, estou por baixo em muitas coisas de minha vida, mas não estou muito preocupado com isso. O que mais tem me incomodado é aquilo que vez ou outra eu veio choramingar: o valor. Que dou e que recebo, que cobro, que me recuso a dar, o que sobra e o que falta. Valor as minhas coisas que simplesmente são julgadas com as leis desumanas, valor as minhas escolhas e vontades. Também sei que não sou assim tão fácil, valorizo demais o que não merece e dou pouca atenção ao que me chega sem muita cobrança. Vida louca, vida estranha, vida escrota. Ando, mas não consigo parar em qualquer lugar, mas sempre me afundo onde realmente não devo ficar.

Quanto falta para o fim do mundo? Será que de fato existirá esse dia? O que vai acabar? O que fica? Nem toda destruição significa fim e nem todo fim realmente o é. Mas e se acabar? Salvar-se-ão alguns e outros não? Vai acabar para todos? Restará uma raça, nenhuma, todas, uma porção de cada sujeito para constituir novos predicados? Dará tempo de todos os abraços? Restara-nos algum milésimo de segundo de oportunidade para sorrisos sinceros? Quanto ainda lamentaremos? Esperaremos o fim chegar ou vamos sacudir a poeira? E se no dia seguinte nada tiver acabado? Perderemos as chances de renovar ou mudar as promessas? Vamos perceber que tudo permanece do mesmo jeito que deixamos? E as cascas de nossa humanidade? Não seria esse o momento ideal para nos lapidar e aprendermos a sermos um pouco melhor? Teremos tempo para fazer tudo o que realmente desejamos? Sobrará depois do fim anunciado a mesma disposição para manter-se firme em novas propostas? Correremos atrás das coisas, situações e pessoas que realmente nos importam, a fim de dar pelo menos o último beijo ou aperto de mão?

Estou um tanto confuso: haverá ou não um fim? Seria uma maneira de acabar com o mundo hostil e desagradável que criamos/vivemos? Não seria o momento ideal de deixar que todas nossas "merdinhas" se acabassem? Não seria a anunciação do fim do mundo algo inventado para que pudéssemos ser mais intensos e decididos em nossas escolhas, mais apaixonados e amantes do que somos?

Se vai acabar, eu realmente não sei e também não acredito muito, mas essa é minha opinião. Só sei que esse é o momento ideal para os recomeços, as reinvenções. Não temos todo tempo do mundo para ficar adiando até mesmo os pequenos picos de bom humor, as poucas gargalhadas, as pitadas de amor, os retalhos de amizades verdadeiras.

Que possamos ser mais construtivos e produtivos em nossas vidas e de todos aqueles que a gente diz amar, gostar, querer cuidar, mesmo que em passos pequenos. Que todo fim seja recomeços, não importando quanto tempo levará para concretizarmos o que realmente almejamos. Que tenhamos todos os axés possíveis, bênçãos abundantes, saravas intermináveis. Que tenhamos paz, amor... Que possamos de verdade construir pontes inquebráveis, laços difíceis de desfazer, situações boas de viver.

Agora, sobre o valor, que era do que se tratava a prosa, meu Deus: que sejamos valorizados em tudo que fazemos e que possamos devolver o devido valor. Que não nos julguem simplesmente, mas entenda que a diferença é parte primária de todo o jogo da contemporaneidade do ser humano! E mundo, só um minuto vai: pare de girar e deixe-me descansar!

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