5 de dezembro de 2012

Aquele dos 23


Oi! Meu nome não é Sandy Leah e eu não tenho quase 30. Acabo de entrar na casa dos 23 e isso não é um problema, mas ao mesmo tempo é. Confusão? Um pouco! Seja bem vindo ao meu mundo, onde a fantasia eu faço com as letras. Já é quase quinta-feira e eu aqui, entrando numa nova idade biológica, porém com sonhos e expectativas de 15, 19, 20 talvez.

Acabou a brincadeira de adolescente, dizem uns, falam outros, mas eu, enquanto puder brincar, correr por aí, tentar adivinhar o que alguém esconde em uma mão e outras tantas infinidades de jeitos e trejeitos de gozar a vida, eu farei, a não ser que a dor nas costas não permita, mas se for possível, estarei eu lá, brincando, sorrindo, dando altas gargalhadas, quase perdendo o ar de tanta satisfação.

Não terei pressa a cumprir com obrigações e convenções. Terei pressa em me satisfazer, fazer os outros rirem, sentir que posso sorrir verdadeiramente também, afinal de contas, ofícios é uma coisa, vida é outra completamente diferente. Talvez eu ainda tenha tempo de ser o que quero ser, mas se não tiver, não tem problema, o tempo é coisa longa, longe e a gente só é o que a gente pode ser, vez ou outra a gente se reinventa, mas se não der para mudar alguma coisa, não vou sofrer, não vou me lamentar, quero ter apenas a sensação de que fiz o que podia e não podia, o que eu consegui, foi o que realmente mereci.

Quero exercer o amor que tenho pelos amigos, pelo tempo que eu tenho, pelas coisas que gosto de fazer. Quero poder exercer a escrita, que é por onde transpiro o que sobra em mim e o que falta também. É! Agora não sou mais um louco sonhador, mas me permito a ser um sonhador meio louco. Quero exercer mais a paciência. Exercer a vida, obra incompleta e em construção, quem sabe lá na frente eu escreva alguma coisa sobre o pós-27, o depois dos 30, mas hoje me convém, o que senti da vida até aqui e o que sinto hoje e alguma coisa sobre o que espero nada mais que isso.

Ainda sobre os sonhos? Alguns ainda são bem adolescentes e isso é bom, isso é muito bom. Lembrar de coisas que projetei lá trás e ainda não consegui, ou não tive tempo de correr atrás e que por algum motivo me falta. Sonhos de esperança, de casa cheia, de muitos amigos, de vários livros, de vida em abundância, de poder escrever o evangelho que me é particular.

Talvez eu também seja velho pra ser jovem, mas qual o problema? Pra que envelhecer os sonhos? Pra que dar idade avançada para a vida assim aos 20, 40 ou 100 anos? Por qual motivo deixar de lado as coisas que de nossa juventude não queremos deixar pra lá? Então, que me julguem o velho que se acha jovem, pois se for para o meu bem, para a minha realização pessoal, para as minhas coisas, assim o serei. Talvez eu cisme em ser velho nas coisas que me soam jovem, afinal de contas, o corpo é que sofre as transmutações do tempo, mas a alma é livre, desempenha o papel que a gente alimenta dentro da cabeça. Sou jovem quando preciso ser jovem e velho quando há de ser, do mais, sou um sujeito de vinte e tantos e isso basta.

Vivo desde 89, e nesse 2012 em que chego aos 23, chego meio assim, meio sem jeito, meio tímido, mas meio louco, meio desavergonhado, meio animado, meio e meio. Não! Não estou completo, ainda me faltam algumas muitas coisas, mas me faltam poucas também, falta eu me compreender, entender a minha realidade, minha situação, deixar de me importar com a opinião desconstrutiva, viver a minha vida, deixar para lá as dores que se fazem na superfície.

Quase quinta-feira – a crônica tem data. "E há pouco tinha quase 20...”. Ainda faço planos, reinvento alguns, reformulo outros tantos. Talvez eu não tenha vivido tanto de uns tempos para cá, mas também não vivi pouco, não sonhei pouco, não consegui pouca coisa. Tem muito a ver, rever. Estou basicamente satisfeito, mas como ser humano, não estou completamente. Falta e tenho tempo, para algumas coisas e para outras coisas, da mesma forma que tenho e não tenho coragem, mas ainda há chances, há vontades e desejos, estou vivo. Tim-tim...

Pensei que fosse cantar “... estou ficando velha, estou ficando louca.”, mas a vida me soou mais menina, mais mocinha, porém, não tenho deixado de pensar na possibilidade de dizer que pode falar, “eu não ligo”, de gritar “agora, amigo, eu tô em outra” situação, outros objetivos, outras formas de encarar a vida, de sorrir a desgraça da humanidade, das insatisfações que nos é solene. Quero poder seguir o meu nariz, não me importar, cambalear, ora de perna solta, ora bamba. Enfim, poder cantar como faz à linda Mallu Magalhães: "Eu tenho tido a alegria como dom, em cada canto eu vejo o lado bom.".

Não sou aquele dos 30, nem o que está ficando “velha e louca”, porém sou aquele que se mantem sonhador, aquele que não quer perder o tom, mas que sabe que é dos desafinos que se aprende a cantar. Um brinde a todos aqueles do zero aos tantos anos! Tim-Tim...

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