27 de dezembro de 2012

O que foi que passou - Um texto para os Anos-Novos

Trezentos e tantos dias, um ano em um segundo, tantas coisas, mas também poucas coisas aconteceram. Pessoas entraram; pessoas saíram; alguns foram passear e voltaram, outras ainda não. Uns foram para sempre (assim espero) e alguns eu faço questão que volte, porém, quero mais de mim, mais do que eu posso fazer com o que sou, com o que tenho, com as coisas que sonho, com tudo aquilo que o tempo me permite.

Até agora, as vésperas de um novo ano, ainda não encontrei alguém que tenha me dito que 2012 foi muito bom. Encontro pessoas com resquícios de algumas coisas positivas, gente um pouco satisfeita, mas ainda falta alguma coisa, mas o que? Falta amor em abundância, alegria contagiante, paz de sobra. Falta reconhecimento sem medida, dinheiro sem poupança, bebida a vontade. Faltam abraços sinceros, sorrisos que devolvam, palavras que ressuscitam. Falta mais tempo para brindar a vida, gente pra brindar em todos os momentos e momentos para serem motivos de grandes festas, mesmo numa rodinha de amigos, ou entre quatro paredes. Mesmo que seja num almoço em família ou simplesmente com um colega do outro setor. Falta muita coisa, mas o ano que pelo que dá para ver que foi difícil pra muita gente está chegando ao fim.

E como todo fim, traz a lembrança tudo que passou, que sejam somente as coisas boas a invadir nossa memória. As ruins serviram para aprendermos e fim de papo. Não interessa aquela briga com o melhor amigo que já foi resolvida; não importa o bate boca dentro de casa se já estão todos sentando a mesa juntos. Não interessa se alguém brincou com os nossos sentimentos, foi um bobo que ainda não aprendeu a valorizar aquilo que a vida dá e que no momento oportuno, vai pedir que preste conta.

De fato, já não interessa as futilidades do ano, as indiretas e as vezes que fomos mal compreendidos no ano das Redes Sociais. Não importa se para uns somos feios pra caralho, existe alguém que vai enxergar além da superfície e nos declarar a beleza que muitos não podem ver. Não interessa se falaram mal de nós e nem que inventaram algumas coisas, nós sabemos quem somos e o que fazemos, o resto é recalque, é o desejo de ser pelo menos um por cento do que a gente é, mas não é capaz.

Estamos à véspera de um novo ano. O ano de Saturno. Diz-se muito a respeito da consciência, de regras e de grandes realizações. Um ano de prosperidade, então por que ficar se lamentando pelo que passou, pelo que não deu tão certo? Bola pra frente, uma nova página se inicia. Não interessa se ainda existem rascunhos que precisam ser terminados. Não interessa se temos contas velhas para pagar, isso é o de menos no quesito de que um novo ano se inicia e tudo pode acontecer, basta realizarmos promessas honestas e sinceras com tudo aquilo que temos e somos. Um novo para coisas mais profundas, mais intensas e muito mais verdadeiras, por isso devemos seguir aquilo que realmente planejamos, arquitetamos. Sermos verdadeiros conosco mesmos e com todos aqueles que se aproximarem de nossa humanidade. É necessário, porém, muita dedicação e boas doses de coragem.

É preciso prometer, fazer juras, dedicar alguns minutos para aspirar as melhores coisas, positividades para caminhar o resto de vida que temos; mas é preciso também estar aberto a tudo que vem, as felicidades e a falta de alegria; o riso e as lágrimas; a música, a ginga e a calmaria.

Ano de Xangô. Da justiça. Tempo de guerrear, tempo das boas batalhas e se estivermos bem conosco mesmo, colher muitas coisas boas. Portanto, que nossas afinidades sejam com as coisas justas, com a sinceridade, com tudo que há de bom.

Um novo ano está aí. Já podemos o ver acenar e com isso, acena também a nossa vontade de fazer promessas, porém, que sejamos um pouco menos sonhadores e busquemos por metas mais consistentes, mais pés no chão. Claro que um sonho, aqueles de fazer sair do chão e botar os pés no céu não tem problema. Passamos o fim do mundo (aquele da terrível destruição) e está em nós à reconstrução, mudar e se ajeitar do lado de dentro.

Que possamos transbordar de alegrias e satisfações. Deixar de se afogar com sentimentos não expressados, palavras não ditas, verdades esquecidas. Que o amor seja mostrado a todo e qualquer momento a quem mereça - tudo bem que é difícil saber realmente quem merece. Que nos sintamos também amados, adorados e requisitados em bons momentos também, mas que estejamos dispostos aos períodos inférteis que é proporcional a todos nós que dizemos ser humanos. Nossa vida, não será feito dó de glórias, mas também não será um terrível fracasso. É questão de adaptar tudo, aproveitar todas as possibilidades para o aprendizado. Que não nos venham com olhos-gordos e nem invejas; que se afastem de nós o que não presta e aqueles que não fazem valer nem um tiquinho a nossa vida. Que vivamos em paz e que no nosso circulo social, só estejam aqueles que pensam pra frente, pra cima, grande. Que se afastem os agourentos e os totalmente pessimistas (os otimistas demais também). Que se afastem os que só nos procuram quando querem, quando sentem suas necessidades gritarem mais alto e que nunca ouvem as nossas necessidades. Que se afastem os que só falam mal um dos outros e que se afasta de nós também as malignas línguas. Não quero passar mais outra fase, outro ano, outros períodos com quem tem tempo para comentar as desgraças alheias ao invés de conversar sobre as coisas boas de nossas vidas. Não quero perder meu tempo com coisas que não somem, que não me façam reconhecer o valor das pequenas coisas que tenho e conquisto. Que os desejos sejam para realizar e a força seja para lutar. Que o amor seja para se sentir e fazer sentir. Pode chegar... E se por um acaso nada der tão certo assim no Ano que nos é novo, não desista, ainda existiram outros tantos, basta à gente apenas tirar o que nos é bom, aí vamos somando e logo, a conta com coisas boas e positivas, será maior que as negativas.

Bem vindo ano Novo! Vem e traz contigo as coisas boas pra nossa vida!

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