22 de janeiro de 2013

Julganta - Julgamento por algumas antas

Desculpem-me os animais "anta", mas tem ser humano que de fato, é pior que qualquer coisa. Gostaria de perguntar, a todos os brasileiros, honestos ou não, que é digno de fazer e/ou receber julgamento? Claro, num país de uma Constituição falha e sub-humana, temos lá os nossos "doutores", mas ainda assim, que direito tem o homem julgar o outro homem, diante do que ele veste, usa (licitamente), risca no seu corpo e outras coisas a mais? Quem dá o direito de sentenciar? É o que sempre digo e não canso de repetir: quem cobra por valores morais ou bons costumes, é quem mais deve, mais tem medo de ter seus "defeitos" apontados, com isso, julgamos os outros, é mais fácil e gostoso.

Uma questão que me intriga é uma sociedade cheia de preconceitos, mas isso é outra coisa e cada um tem sua opinião sobre a temática que for. O caso do "Julganta" vem mesmo é analisar algumas afirmações descabidas e cheias de ignorâncias. Num tempo de grandes segregações e de fala o que quer e não pensa no que fala/escreve, eis que tive que me deparar num desses sites de relacionamento, vamos ser diretos, no Twitter, um sujeito "mula", que serve de palco para julgamentos, estereótipos e preconceitos afirmar que "tatuagem" e "bandidagem" são a mesma coisa. Será?

Pior é que estigmatizam os adeptos e torna uma via crucis o caminho que todos aqueles, independente de cor, raça, credo vem tratando de perseguir. Julga-se pela tatuagem, pelo uso de piercings e alargadores, mas não julga a própria consciência; não julgam as ofensivas palavras e afirmações e a arcaica visão de que todo ser humano é igual. Faz ligação das tatuagens a gente que roupa, amarra, aprisiona e a cabeça do sujeito? Não está amarrada em pseudo convenções do bem? Mais uma vez eu digo, apontamos as falhas para que as nossas mazelas sejam poupadas de serem percebidas.

Diz o sujeito e muitos por aí também assim o fazem. Apontam que mais da metade dos "bandidos" tem tatuagens, nossa, aplaudamos essas pessoas que conseguiram chegar numa estatística absurda e burra. Se detectarmos, no meio da bandidagem, nas fotos a serem reconhecidas, do lado de dentro ou fora dos presídios, isso não que dizer muita coisa, ou essas pessoas diferem-se uma das outras? Mais objetivamente? Acredito que mais da metade, ou todos, tem pernas, umas duas, outros uma e algumas, nenhuma e aí? Isso o torna igual a todos os outros seres humanos, engravatados ou bandidos? Todos têm olhos, sendo caolho ou não, enxergando bem ou quase nada, isso não torna esses indivíduos semelhantes em seu modo de pensar e agir, não acha? E temos todos os seres humanos, fisicamente falando, muito em comum, mas e aí? Somos todos iguais?

Com a desculpa, vamos dizer que temos amigos tatuados, com piercings e alargadores, mas quem não presta, são aqueles que não conhecemos. Ora, o julgamento foi feito e sinceramente, no quesito tatuagem, se seu amigo tem não o difere do cara que está preso ou que te assalta na rua, a diferença, está nos valores que eles angariam; da moral que ele não vem impor a ninguém por mera causalidade de uma constituição enraizada em valores torpes e visões desturvas da realidade. Julgamos pela aparência em pleno século XXI e aqueles que de modo diferente se vestem ou pensam, ainda são taxados de anormais, retardados e sem moral. Puritanismo filho da mãe de gente que precisa, antes de apontar a causa, conhecer a si mesmo e perceber que ele pode sim, ser diferente em alguns aspectos e muito igual em outros e aí? Vai julgar a si mesmo quando? Tatuagem não é mais tabu, precisa-se de novas concepções para isso, política, por exemplo, tabu, mas aí, ninguém mexe, é inviolável, mas, trazem muito mais danos à sociedade que 90% de presos tatuados, que somando os que não são, ainda assim, seríamos 90% de seres pensantes. Ou outros 10? São alguns policiais, alguns políticos, alguns jornais...

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