28 de fevereiro de 2013

sabe? pergunte ao pó. não é? ou melhor: por que somos pó e não grãos; somos partículas e não um átomo por completo, enfim. divago sobre o pó das estrelas, enquanto leio sobre o pó da parede que cai sobre a cama, invade o guarda-roupa, suja os fiozinhos da escova. outra coisa sobre o pó, é que vamos retornar a isso, ou melhor, nosso corpo vai se putrificar a tal ponto que não restara nada além de ossos e isso, é meio constrangedor. ficaremos expostos, como os textos, como as frases, como os pensamentos digitalizados e ainda assim, na exposição do pó que somos, vamos nos misturar ao pó das estrelas, da poeira que sobe depois que a caminhonete passa - e quase passa por cima da gente. e olha que falo de pó e não cacos. e por falar em cacos, que tal filosofar sobre o caos? essa coisinha filha da mãe que eu bem sei o que é e como sei que vivo - me misturando, me alimentando, me entregando. escrever sobre o pó é não escrever, é se encostar e simplesmente se sujar e não ter tempo para limpar: pó, partículas, cacos e caos. é tudo isso uma coisa só ou nós que juntamos tudo, misturamos e assim, vamos sendo menos pedra, menos uniforme e mais, como posso dizer, pó - somente?

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