4 de maio de 2011

Momento, momento...

Tem gente buscando de forma errônea a culpa pelos seus desafetos. Culpar os outros por sua carência, é o passo mais fácil e menos deturpador da imagem pessoa de cada um. Assusta. Causa espanto e numa cadeia de relacionamentos “saudáveis”, afasta de perto aqueles que porventura tínhamos como base sólida de nossas razões emocionais.
É uma ânsia de desgostos depositados em quem não tem culpa por algo que não foi curado em certo momento da vida. Uma atenção que cabe na primeira pessoa do singular distribuída para eles, outros e aqueles. Nunca uma responsabilidade nossa. Daí surge os julgamentos como que estão nos deixando de lado; não nos querem mais por perto; se encontraram e não me ligarão.
Onde está a nossa obrigação de cuidar de nossos sentimentos? Quem está destruindo quem? O amigo que não nos liga para um convite informal onde todos são bem vindos ou nós que só buscamos nos refugiar em nossas lastimáveis desculpas em culpar todos a nossa volta? Meu povo precisa aprender que a carência, aqui chamada de “carência às avessas” deve ser tratada em casa. Penso que não cabe aos amigos, parentes ou quer que seja, delimitar a lacuna que nós próprios temos alargado, dado espaço. É hora de acordarmos para a vida e perceber que o “eu” é portador das escolhas e não me estranho em saber que algumas pessoas tendem a facilidade do afastamento daqueles que estão mais que a si próprio, magoando os outros. É o processo de autodefesa. Ninguém da aquilo que não tem. E aqui, uma pessoa “carente” – e é entre aspas, pois é a maneira mais próxima que encontro para despejar sobre aqueles que ainda vivem o paradigma de coitados – nesse estábulo de estranhezas, sente-se no direito de esboçar no espaço coisas e preconceitos descabidos. Interligando entre os fatos verdadeiros, uma idéia fixa do que não existe. Oras, olhe para dentro de ti mesmo, e perceba como é que tem vivido esse “seu” processo de dependência emotiva com tudo aquilo que está do lado de fora. Acha justo denominar o que não é pelo seu processo infantil que não está apurado? Que não aprendeu a diferenciar que o outro agora tem vida própria e com isso escolhas? Não. O espelho está para todos, como o reflexo de nossas idéias está para nós mesmos. Não cabendo-nos a escolha de artefatos corriqueiros de depressivas dissertações.
Portanto, antes de julgar o além, olhe para o seu umbigo e perceba que quem se afasta é você. Suas demonstrações de afetos estão encerradas sob a coxia e detrás dela, só sai quem aprendeu com a vida a ser protagonista. Pessoa. Essa mesma dotada de inteligência não está aqui para brincar de encenar a vida a não ser encarar a dura a árdua missão que é o palco. Estréias aconteceram e ali permanecerão os bons. Sósias, e personagens secundários serão esquecidos. Até mesmo o vilão do grande drama vive, em sua plenitude a vida. Pode ser que morra no final, mas o seu papel foi cumprido. Agora, levante essa cabeça e encara como ser pensante que é a realidade que não gira em torno do nosso umbigo e nossas catacreses. Não somos almas para viver de forma não exata. Nosso corpo combina com o que nos anima e se nos dá vida, impulsiona para fora de nossos medos e nossas imbecilidades que aqui chamo de momento, momento... “Carência às avessas”.

3 comentários:

Kako disse...

cara, muiito boom seu texto, palavras qe fazem pensar, gostei mt, até to seguindo se quiser seguir


http://velhobebum.blogspot.com

Sr. Amaral disse...

Gosto mt desse teu blog, ninja, mas essa postagem foi mt legal msm.
"O espelho está para todos, como o reflexo de nossas idéias está para nós mesmos." <<<<< mt massa!!!!

Ana Clara disse...

hahaa. adoreeeeeeei o texto. precisamos nos posicionar contra o "momento... momento" UHSAUSHAUSH.