20 de outubro de 2011

Conheça-te a ti mesmo

Cada pessoa é responsável por seus atos e ações e não adianta querer depejar suas misérias em cima de ninguém. Repito: você faz, você paga por isso.

Por vezes, exoneramos as nossas prórpias limitações, tornando-se mais fácil culpar os outros por tudo aquilo que somos. Tão humano isso não acha? Eu não acho. Penso que isso mostra que somos desumanos e imaturos. Podia dizer infantil, mas ai remeterias a maneira de ser das crianças e elas também não tem culpa por sermos o que somos.

Queremos a todo momento, responsabilizar os outros. Nossas fraquezas, de modo inefável, transforma a nossa psique em algo tenebrosamente maléfico. Oras, precisamos aprender urgentemente a viver com as nossas incapacidades de estar sempre corretos. Ninguém é Deus e desse modo, podemos errar. Temos direito de ser inúteis e reconhecer que isso, faz parte de nós e não temos como extirguir. Humanos reconhecem as falhas e se tem que penalizar alguém ou alguma coisa, penaliza a si mesmo e não fica procurando um pobre coitado para jogar toda nossa fúria.
Não temos a obrigação de ser perfeito e nem de nos aproximar de alguém simplesmente pelo não conformismo daquilo que estamos nos transformando. Dói perceber que os seres terrestres estão sempre na retaguarda, pronto para julgar os outros quando tudo dá errado e se vangloriar, quando de fato, era para se sentir vergonha, já que tudo em nossa vida, carecemos dos outros para sermos alguma coisa.

Procurar pela satisfação é outro fator corriqueiro da vida humana e de tão conreta, tornamo-nos dependentes dos atos alheios. Se for bom eu fico, se não, eu corro e grito para todo mundo. E se a culpa do outro não ser o que ele deveria ser for toda sua? Gostaria de ser responsabilizado por isso? Eu não! Por esse motivo, tento não julgar, pois é verdade aquilo que se diz por aí: não julgue para não ser julgado. Assim também, não posso culpar ninguém por meus atos falhos.
Que imbecilidade a nossa de sempre costurarmos a fantasia mais adequada de super-heróis. Coitados, eles não existem do modo que imaginamos. Super-heróis é gente de carne e osso que a cada dia, batalha por seu lugar no espaço, sem pisar em ninguém, nem julgar e jogar em cima dos outros aquele dia de desastre humano que se tem. Cobrir-se de metáforas o tempo todo está bem distante de ser o que se é de fato.

Muitos artigos cientificos nos mostram claramente o roubo de nossas capacidades – quem quiser saber mais sobre isso, faça uma pesquisa, não demora e não dói nada – mentais. E quem foi que permitiu? E quem foi que autorizou me roubar no interior da minha subjetividade? E quem foi que lhe deu em posso, fazer o mesmo com os outros? Particularmente, acredito que a grande problemática do ser humano está baseada nesse roubo da subjetividade. Da entrada dos outros onde só cabia a nós invadir os espaços.

Terapia faz bem, mas em excesso não. Tornamos pacientes esquizofrenicos de médicos loucos. Terrenos desprovidos de mazelas, máculas e por assim dizer, terrenos baldios lotados de lixo alheio. Já não bastavam os nossos? Já não era o suficiente os dos outros? O homem tem que aprender a ser, em partes, sozinho. Não de modo a abster-se de uma vida social, mas sabendo tirar proveito da solidão, que em um momento chave nos traz grande alívio.

Não creio em um ser humano que vive constantemente cercado de pessoas. Se o homem não é uma ilha, ele também não é um carnaval. Hora de abster do que nos faz mal, mas não lançando sobre nada e ninguém. Joga fora. Coloca no fundo do lixo e permita que o tempo, senhor maior que nossa razão leve e traga a compreensão mais adequada para nossos desajustos.
Hipoteticamente falando: conheça-te a ti mesmo. Sua capacidade de ser gente agradece e os outros também. Encerra bem o ato, aquele que desempenha bem o seu papel. Cada um tem seu espaço no teatro da vida e usurpar o lugar alheio, só nos faz passar vexames.

13 comentários:

Gavriel Alon disse...

saber quem somos de verdade é uma das coisas mais dificies de se dizer nessa vida!!

Wilma Araújo disse...

É vivendo que a gente se conhece. E viver não quer dizer só acertar, errar também está inserido nesse processo.

Sandro Mangueirense disse...

Perfeito Kleberson! Infelizmente é da natureza humana sempre estar disposto a apontar o dedo para o alheio, sempre procurar culpas e responsáveis em alguém, mas somos incapazes de reconhecermos nossos próprios erros e limitações, nossa inércia diante de situações e porque não dizer, nossa culpa em muito do que se apresenta no meio em que vivemos. Acho que no dia em que cada qual conseguir melhorar um pouco de si, nossa sociedade e mundo que nos cerca será muito melhor.. Excelente postagem a sua, uma reflexão profunda e verdadeira!

http://estacaoprimeiradosamba.blogspot.com/

Preguiça alheia disse...

Como dizia a musica:
Viver e nao ter a vergonha de ser feliz!!

Parabéns pelo blog.. show de bola.

Abraço,
PREGUIÇA ALHEIA
____________________
www.preguicaalheia.com

neetho brasil disse...

Primeiro queria comentar que você escreve muito bem, a profundidade dos sentimentos e das suas opinões inseridas no seu texto são perfeitas. Segundo, primeira vez aqui e adorei mesmo. Com certaize voltarei!

Espero você no amigoperigo heinn *-*
http://amigoperigo.blogspot.com

abraço ;)

Bk. disse...

não achei o botão de seguir :/ legaal aquii :)


http://largataazul.blogspot.com/

diogo disse...

concordo com seu ponto de vista e adorei seu texto!
sucesso

Lucas Adonai disse...

Acho muito legal! :D

Corpo Definido disse...

mtt legaal o post concordoo coon vccc


http://www.corpo-definido.blogspot.com

Tatah disse...

ÓTIMO POST!!!

Blog Atualizadoo!!! Dá uma passadinha lá, vs vai adoraar!!!
http://echidellanima.blogspot.com/

Filipe Dias disse...

Acho que apontamos o dedo em rosto alheio e falta mesmo a falta de atitude de olhar no espelho.

muito ja fiz de criticar o outro, e muitas veze o defeito ou erro eram meus.

Blog UaiMeu! disse...

Esse texto me fez lembrar aquele trecho de uma música do Cazuza "Minha metralhadora cheia de magoas"
Quem critica ,olha mto a vida dos outros tá "podre" por dentro

Renan Leal disse...

li o "conheça-te a ti mesmo" de sócrates ontem... muito bom!