7 de novembro de 2011

As crônicas da gente


Disserte sobra sua vida! Como? Pra que? Sobre? Para quem? É seres mortais, em nossa vida somos obrigados muitas vezes a dissertar sobre as coisas que acontecem a nossa volta, mas e aquilo que se passa com a gente? Os afetos interioranos de nós mesmos? Quem fala? Quem tem coragem? Claro, na frente de um terapeuta é fácil, mas quem disserta de si para si mesmo? Acho que falta isso, a gente perceber que temos início, meio e fim.

Cazuza, Caio Fernando Abreu, Fernanda Young, Clara Averbuck, Janis Joplin, Kurt Cobain, Pitty... Está aí um pouco daquelas crônicas que em minha vida, encontra terra fértil para as suas mudinhas, mas de nada adianta ser paço de suas literaturas, partituras e desconcertos se eu também não sou capaz de escrever a minha vida, dedo e sangue, todo dia.

Passamos a vida inteira nos escondendo, mas chega um momento que é o hoje, ou melhor, o agora para sairmos de trás das máscaras e encarar a ideologia ao qual pertencemos, a vida intensa de amores e falta deles. Hora de encarar a comédia de nossos atos e a putaria que dentro do caos é o que mais nos importa. Tudo bem, pode ser a paz e o amor ansiados ou toda aquela droga gota-a-gota de nossa sutil existência. Tem que viver o fracasso nosso de cada dia, pois o amanhã pode nem chegar...

Somos meros mortais e nossa vida não vivida é cruz no final de tudo. Por essa e outra infelicidade, melhor é viver intensamente e se jogar na noite da brilhantina e no samba da gafieira de nossas razões. Pra que ser tão sério a ponto de que a seriedade é um ócio infundante, impenetrante e imparciavel?

Quero do meu lado, amigos que fazem crônicas pessoais. Que escrevem com seus medos os maiores contos. Horripilantes? Que sejam. Que nossas ações sejam somente os absurdos inspirados por nossas emoções a flor da pele. Que o lado de fora seja de fato reflexo do que carregamos por dentro e o lado de lá, seja o aqui e o agora. Não fique esperando por um céu, ele nunca vira, ou talvez venha somente para aqueles que ainda não compreenderam a sua fútil existência nesse grande palco de dementes... Viva as crônicas da gente nossa de cada dia. Assim seja. Amém!

12 comentários:

Anônimo disse...

na verdade, na frente de um "terapeuta" vc tá conversando com si mesmo... ele só te mostra alguns caminhos para algumas reflexões que vc não alcançou sozinho.


http://cafedefita.blogspot.com/

Mosaicos de uma vida disse...

Adoro chegar num blog e perceber que os textos não são cópias de outros blogs.
Assim, fica mais gostoso de ler e interessante pra voltar a visitá-lo.
Ah! atualmente estou lendo O Pau de Fernanda Young.
Parabéns pela forma de escrever!

Nuti disse...

Sair das máscaras e ser você mesmo, encarar o mundo com realismo são as coisas mais difíceis de fazer. Estou nessa busca...




http://alteregodonuti.blogspot.com/

Vanessa Santos disse...

muito bom!

Próxima Parada disse...

Muito bom. Adoro Caio Fernando abreu, cazuza e pitty, são pessoas de verdadeiro caráter.
http://prooximaparada.blogspot.com

hrdoblush disse...

mt bommm

http://www.hrdoblush.com/

Anônimo disse...

Exclente!

Parabéns pelo blog, bolsa de sangue ambulante!

@vampirobira

Milles Gonçalves disse...

Muito Bom o texto, bacana mesmo!


http://millesgoncalves.blogspot.com/

Bruna Maranhão disse...

Eu acho que muitas pessoas fogem de si mesmas, e não querem falar, ou se decifrar, porque quando isso acontece, tudo se torna mais real, mais palpável. Gostei muito do texto. :*

Blog UaiMeu! disse...

Todos esses cronistas que vc citou são pessoas que foram ou são gente q motiva seu coração. boa referencia

Diogo C. Scooby disse...

É cara, quem somos nós sem as pessoas que amamos e admiramos. Com elas e atravéz dos pensamentos por elas inspirados é que conseguimos criar o nosso viver.

Parabéns cara, ótimo texto

Nina Boom disse...

E viva os detalhes que usamos para construir as crônicas... Gostei da sua!