18 de agosto de 2012

Vinte e tantas horas

Uma lágrima está entalada dentro de minha garganta. O nó que interrompe a saúda do choro, é o nó que sufoca, que tenta me matar com algum tipo de desespero. Pensamentos vem e vão e é como se todos pudessem ver a loucura que se passa dentro da minha cabeça. Já não sei mais o que fazer. Sinto o abandono de todos aqueles que me juraram qualquer merda de sentimento eterno. Ninguém me ri alguma boa notícia, estou trancado dentro do meu quarto, ainda não apaguei a luz, pode ser medo de perceber que até mesmo a minha sombra me abandonou. Queria alguém por perto, qualquer pessoa...

Mentira. Eu só queria ter por perto aquele que amo; aquela pessoa pela qual sou capaz de fazer tudo. Era só o que eu queria, não fosse a certeza, a convicção de que fui deixado para trás e que o amor que me despejava, secou como seca o orvalho no meio do dia. Sinto que tem chegado a hora de juntar as minhas coisinhas e partir para um lugar deserto, já que a solidão já tomou conta desse coração que de tanto fingir firmeza, despencou na verdade moleza que se é.

Estou com medo e o pior é que descobri a inexistência dos super-heróis e que os fantasmas são ecos de minha própria voz. Me assusto ao olhar no espelho e ver que só o que posso apresentar, não passa de uma face triste e carente. Até mesmo a irmã morte se afastou, me deixou aqui sofrendo o cárcere do abandono, a sarjeta da quase não existência nos pensamentos alheios. Hoje com certeza seria uma daquelas noites em que eu desejava estar com ele, mas ele se afastou, todos se foram, apaguei a luz e tentei a morte, tal como ela é, mas não morri. Enfim a lágrima escorreu, cortando em mim as lacunas, dando espaço a uma desilusão. Não houve convites para as festas; não ouve amigos me puxando do precipício. Não ouve nada senão a minha própria eloquência, uma loucura abastada entre o caos que há em mim e a solidão que me enfiaram.

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