12 de novembro de 2012

Pequenas altas doses

Eu vejo o futuro repetindo o passado; eu vejo os amores de ontem sendo esquecidos como se nunca houvesse existido, eu tenho sentido sensações estranhas, de como se alguma coisa esteja errada, não sei, talvez seja coisa da minha cabeça, que anda meio vazia, que anda sóbria demais. Tenho carrega do lado de dentro, um vazio, uma estranheza, certa amargura que sobressalta os poros, a saliva, o meu desejo inconsciente de que a merda foi feita e não tem mais reparo. Palavras ao vento, tudo que eu disse, que me disseram... Promessas desfeitas, sonhos diluídos, esperanças fracassadas. De fato, não tenho sentido mais aquele animo de antes, as coisas mudaram e tudo indica que seja para a pior. Não sei, não sei e se alguém souber, se alguém puder dizer que é só mais uma fase ruim, uma tempestade em meio ao caos e que tudo logo irá passar, por favor, me fale, grite, me faça entender que as coisas ruins acontecem, para que as boas possam surgir mais a frente. Mas só me digam se forem palavras de motivação, pois se não for, deixe que eu mesmo vou inventando, recriando os monstro que existem dentro de mim. Eles são ferozes, audaciosos e me expõe ao mais fundo de tudo que já vivi, um azedo, uma coisa podrificada, certos sentimentos ao contrário.

Talvez eu acorde numa certa manhã e queira viver, mas esses dias têm sido assim, meio morto, morno e sem nenhuma vontade de querer mudar as coisas. O lado de fora já se acostumou com as pequenas doses de desanimo, de descontentamento, de qualquer coisa, barata, suja, coisas nada a ver, sabe? E eu estou perdido dentro dos meus próprios pensamentos. São varias merdas que eu estou engolindo, como se fossem as coisas mais naturais do mundo. São doses de orgulho demasiados; de superioridades, de qualquer coisa, que seja minha, sua, nossa, dos outros. Já não sei onde começa a minha vontade própria e o que é vontade dos que passam por minha vida, sem graça, monótona, sem tom, meio cinza, faltando partes, sei lá, só sei que nada sei do que me anda acontecendo. Acostumei-me, talvez, venho me acostumando com essa tenaz entrega, sem receber. Desse amor dado, nunca retribuído. Por esses pensamentos meus que vão além do que eu queria, ou suporte pensar. Ando me arrastando do lado subjetivo. Só eu posso dizer como estão desenrolando os dramas dentro da minha cabeça, as novelas mexicanas dentro do meu peito e esse filme de terror que nunca termina e que começa da total consciência e que sucumbe no coração, nauseado aparelho que tem me feito suportar as coisas, tais como elas tem se apresentado.

Talvez tudo venha acontecendo, porque eu fui atrás, eu corri demais com sede ao pódio, e agora, colho os verde louros da pseudo-vitória, dessa pseudo-vida que numa hora ou na outra, vai me fazer engolir mais sapos e quem sabe, eu já esteja acostumado com tudo e com isso, vou saber engolir sem regurgitar; vou aprender a levar tapas e não revidar, mas sei também que tudo isso sucumbirá a um fim de que tentei, fui a fundo e me entreguei até que um ser qualquer venha a estender as mãos e eu saia finalmente dessa areia movediça; e assim, vou reviver, reorganizar e me reinventar... Talvez eu já esteja vivendo e só eu não percebi isso: que é preciso se arranhar entre os espinhos, para ver florescer!!!

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