15 de fevereiro de 2013

A última bolacha do pacote e outras coisas

Inhac, lá se foi o pacote inteiro, mas sobrou uma, a disputada, a mais querida, a mais mais de todas, só que ela ficou se achando demais e ficou sobrando. Pessoas entendam, nem sempre a última bolacha do pacote é a que alguém realmente quer comer. Talvez seja requisitada pelo fato de ser a última, então, serve apenas para disputa e depois, que conseguiu ter nas mãos a última, fica pensando se não deveria desistir dela e ceder para outro comer. A primeira bolacha que é a melhor, a última, como dá para notar, é só mais uma, não é aquela que dá aquela sensação gostosa de querer comer mais, mais e comer, comer, mais e comer mais.

Agora, vamos falar das pessoas que se acham a última bolacha do pacote, ok? Se acham tanto que não percebem que se alguém "comer" foi por comer, não porque foi a que mais desejou ou a que mais seduziu. Grande engano, a última bolacha, ou seja, você está sendo só mais um, o que sobrou, "o que tem pra comer". Fica de graça, achando que pode escolher, mas não percebe que a história é outra coisa, você está sobrando e na disputa vai comer quem for mais rápido e com a mesma velocidade, vai tomar alguma coisa por cima e nem vai lembrar que um dia você existiu.

Ser humano bolachão da última hora merece isso mesmo. Se acha tanto que sobra, resta, vai esse mesmo, na falta de coisa melhor, ficamos com a bolacha quebrado, deteriorada, estranha.

Claro que não tenho nada a ver com isso, mas estou alertando você que se intitula a coisa mais requisitada no mundo. Perceba que não é bem isso. Observe que quando alguém come a última bolachinha, ela já está satisfeita, ou seja, como por comer e não quer nada a sério com ela. Tira a parte de cima, engole. Lambe o recheio, porém não sente mais o gosto e engole. Coloca a outra parte na boca e engole. E qual a moral da história? Você foi mais um depois de tantas outras suculentas bolachas mordidas com vontade, engolidas com prazer.

E você aí se achando a última sensação do pedaço. Bolachinha mal comida, coisa escrota, xexelenta. Ufá. A base para esse pensamento filosófico para dissertar sobre a última bolacha do pacote está na observação dos dados. Aqueles que se acham as melhores coisas do mundo são no fundo, as piores. Desculpe. Pior no sentido de que é a última depois de tantas, o que "fazer o que" e "tenho que comer". São pessoas sozinhas, esquecidas no fundo do pacotinho; frias pois são as últimas a serem mastigadas; solitárias pois percebem que seus companheiros foi indo aos poucos sentirem um prazer que ele não sentirá jamais.

Conclusão: seja a primeira e não a última, mas seja a que de a melhor sensação e o melhor sabor do mundo, depois de você, tudo é resto. Bolachas da última hora, só rindo mesmo.

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