27 de março de 2013

História de amor

Por que toda história de amor começa contando sobre um caso em si, uma situação e nunca, de uma coisa que a gente busca a cada dia, ou melhor, que espera? Por que sempre vai ter um vilão e aqueles que dizem amar um ao outro não torna o vilão da própria história? Será que tem alguma coisa a ver com aquilo de culpar sempre os outros pelos fracassos, pelo amor perdido? Por que não somos capazes de assumir quando nós mesmos nos tornamos o antagonista de nosso próprio caso? Existe sempre alguém disposto a interferir em nossos namoros? Será que alguém vai seduzir o nosso companheiro e haverá uma traição? Qual a nossa culpa? Nenhuma? Será mesmo? Por que é que não assumimos que traímos porque tínhamos vontades; que terminamos porque era o melhor para os dois? Por que vamos jogar nas costas do outro a nossa insatisfação? Por que com o tempo não reconhecemos mais o modo que demonstram o nosso amor? Por que achamos que estamos fazendo demais por alguém que parece estar fazendo de menos, ou até mesmo nem ligando? Será que não somos nós os responsáveis e estamos com o tempo nos tornando indelicados? Por que nas histórias, todo ciúme é excessivo e destruidor? Por que um só é o mais possessivo e nunca os dois? Será mesmo que é sempre um que tem mais medo de perder que o outro? Por que a vida dos casais dos filmes sempre tem que passar por uma grande decepção? Por que a nossa vida passa pelas mesmas decepções, mas nunca chegamos ao final feliz? Existe final feliz ou existe força de vontade? Acho que é isso. Força de vontade é o que falta. Ou não falta nada e nós é que não enxergamos nada. Num momento do relacionamento, jogamos as coisas pela janela, rasgamos as fotos, choramos e saímos para beber. Em outro momento, juramos amor eterno e que seremos menos ciumentos. Será verdade? Será que não vamos mais fazer dramas e criar tempestades em copos de água? Será que o amor é isso mesmo? Amor tem alguma coisa haver com paz? Alguma coisa ligada à calmaria? Ou o amor é caos? Depende da gente? Dos dois? Não. Amor pode ter paz, mas é caos. Tem calmaria, mas é na tempestade que a gente consegue perceber a força do sentimento que a gente tem. Existe por aí alguém que não briga? Por um acaso existe nesse imenso planeta um casal que só tem coisas positivas para contar? Será mesmo que temos motivos para continuar? Haverá motivos para terminar de vez, virar a página e começar de novo com outro ser? Que amor é esse que dizem que completa? Se completa, a meu ver, é porque é igual, é costumeiro. Amor não completa, amor que é amor transborda. É óleo e água, não se mistura. Amor que é amor não completa álbum. Amor, penso eu que seja os avessos, as contrariedades, é o deixar de ser um pouco para ser junto e deixar de ser junto para ser você mesmo o que é. Contraditora? Talvez. Aliás, acho foda conceituar amor. Como se todo mundo fosse igual. Como se todo amor que prestasse fosse assim ou assado. Amor, não tem concepção fora daquilo onde se vive, entendeu?

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