28 de agosto de 2013

Sobre alguma coisa

Hoje é mais um dia daqueles que a gente acorda estragado.
Não por nada que comi e nem bebi, mas estragado por aquilo que alimentei o meu pensamento. Porra! A gente passa anos da vida alimentando uma bosta de "raiz" e "vínculos" que não dão em nada. Achamos mesmo que a família é o melhor lugar do mundo, mas não é. Não é porque cobram da gente o que eles deixam bem claros que não foram capazes de conquistar; não é o melhor paraíso porque no fundo, bem no fundo, ou nem tanto, não respeitam os nossos espaços e nem nossos sonhos e querem que administremos nossa vida como eles administraram (e bem mal administrados) as suas e não é assim. Acordei estragado também por tentar iludir-me que os amigos de anos atrás, aqueles de infância por exemplo são para sempre. Claro que são. Claro que se você ainda não sofre de nenhum mal que nos faça esquecer das coisas, amigos, colegas, inimigos vão ser para sempre, mas é que a gente espera demais e demais e esse demais cansa e esse demais é o suficiente para você perceber que se perde muito tempo na vida tentando acreditar que é tudo como antes ou que esses amigos são mesmo seus amigos para sempre. Não é. Não são. Com essa coisa de que a vida muda, a gente esquece de colocar no pacote do que deve mudar, essas coisas. A gente nota que parece que as pessoas que conhecemos agora são bem mais amigas do que a que conhecemos desde pequenininhos. Natural. Natural porque a gente cresce e vai se afinizando com o que a gente busca no mundo e se não queremos mais, sabemos que podemos não ter que cumprir todo o ritual de que é para sempre. Não digo que são momentos ou pessoas passageiras, mas também não quero ficar eternizando mais nada na minha vida. Entendem? O que eu realmente quero, é sentir aquele tesão no presente, com aqueles que foram um dia, ou com esses que surgem do nada e a gente se identifica. Acho que é melhor caminhar sem raiz nenhum, afinal de contas, raízes nos impossibilitam de nos movimentar. Talvez eu queira apenas saber de que família eu sou e isso basta; também quero me lembrar dos amigos que fiz na infância, mas não estar mais preso a isso, como se fosse um carma ou que eu não tenha direito de olhar as outras possibilidades, encarar o presente! É isso!

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